sábado, 28 de dezembro de 2013

Em termos de retrospectivas, eu queria escrever alguma coisa sobre os filme, os livros e as músicas que marcaram meu ano. Cheguei até a propor pra uma amiga que a gente fizesse um top 5 das músicas que marcaram o ano, mas por algum motivo acabou não rolando. E foi assim que eu parei pra pensar sobre as cinco músicas do meu ano e acabei chegando a mais uma terrível conclusão.
As cinco músicas do meu ano estão todas incluídas em um artista só. E elas sequer são cinco, mas algumas dezenas. As cinco músicas do meu ano brevemente  se resumem em um nome: Bon Iver. 
Não gosto de declarar meu amor pelas coisas assim, sem saber nada sobre elas. Acabei de jogar no google e descobrir pela wikipedia que For Emma, Forever Ago, albúm que finalmente me inspirou a escrever esse texto, "é o primeiro álbum lançado pela banda estadunidense de indie folk Bon Iver. Ele foi lançado por conta própria em 2007". Mas, apesar de sequer saber que tipo de indie ou de folk era o dele, o fato é que Bon Iver - e Justin Vernon, que pra mim são só different names for the same thing -, pelo menos até aqui, muitas vezes me deixou sem palavras. 
Foi um ano longo, cheio de reviravoltas. Ano de ouvir Alt-J no caminho da faculdade, MV Bill na academia, Angus&Julia Stone nos quatrocentos e tantos quilômetros indo e voltando pra casa. Ano de escutar The Kooks quando a coisa ficava feia demais e eu precisava de ânimo; e de também ouvir Clair de Lune todo santo dia, pra me lembrar do que é bonito. Ano de escutar Ella Fitzgerald e Chico Buarque na faxina de sábado a tarde e de colocar Fitzsimmons no loop eterno da vida, porque não existe nada mais doce.
Mas se for pra colocar numa lista que vai de 1 a 5, as músicas que realmente definiram dois-mil-e-treze, Bon Iver domina toda ela. Talvez nem tanto pelo número de plays dados, nem pelos momentos em que ela estava tocando quando fiz algo mais ou menos memorável (nesse sentido, o troféu vai pra Sweet Nothing, da Florence). 
Bon Iver define meu ano pela maneira absurda como me toca a alma independente do momento, do dia, ou da quantidade de tempo que eu passe escutando ele nesse misto de cantar-sussurar. Bon Iver lidera todas as minhas preferências - e olha que eu já cheguei até ao absurdo de dizer que a música dele resume o meu gosto musical - porque, muitas vezes até aqui, conseguiu me roubar as palavras; conseguiu traduzir, sem tantos esforços, o que eu sentia. Bon Iver é o top five, porque muitas vezes, chorar não é o bastante. Tem dias assim, como esse aqui, que ter alguém te contando histórias cantadas sobre lobos e cidades que você ainda não conhece, é mais importante do que qualquer coisa. 
Bon Iver leva esse troféu porque, ademais de todas as qualidades especificamente musicais, no meio de todo o caos, tantas vezes foi colo.
E pra fechar fiz, de coração partido, uma seleção de cinco músicas dele sem sequer saber que bendito critério adotei (a aleatoriedade, talvez). Só pra ilustrar.

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